domingo, 10 de fevereiro de 2008

Why Diplomacy Matters?

Portugal é uma velha nação europeia aberta ao mundo e a globalização.

Ser uma Nação aberta ao Mundo significa elevada capacidade de relacionamento internacional e uma leitura atenta e permanente dos desenvolvimentos internacionais em várias áreas geográficas do globo.

Para que essa capacidade de relacionamento internacional seja posta em prática torna-se imperativo um novo modelo de diplomacia atentas as mutações dos sistemas politico e económico internacionais e aos mercados emergentes com potencial de investimento e de exportação para as empresas portuguesas.

A diplomacia deverá estar munida de um eficaz sistema de market research como suporte de forma a os decisores politicos e empresariais obterem informação em tempo útil quando têm que formular estratégias politicas e empresariais.A chamada E-Diplomacy que já é praticada nos EUA e em outros países com interesses globais é uma ferramenta fundamental nesta era de informação.

As embaixadas e as delegações do ICEP no exterior deverão funcionar em network e estar munidas de Sistemas de Informação actualizados e com apropriados Data Base Management. A expressão utilizada no mundo empresarial " gathering information" deverá estar presente na diplomacia portuguesa de forma a serem recolhidas informações correctas na politica e economia internacional.

Para além disso, o planeamento estratégico deverá ter um papel relevante na detecção das nossas forças e fraquezas e das ameaças e oportunidades para as empresas portuguesas que operam no mercado internacional.Sempre que fosse definido um mercado-alvo ou uma prioridade da nossa politica externa esses temas deveriam ser debatidos com os actores intervenientes nesse processo e com todos aqueles que têm interesses nesses mercados ou nessa prioridade de politica externa.

A Politica externa de um País tem sempre como objectivo a defesa do interesse nacional. A definição de interesse nacional hoje em dia tem componentes diferentes do passado. Contudo, a vertente diplomacia económica e a sua interacção com a politica doméstica cada vez são mais relevantes o que implica a articulação entre o Estado e outros agentes económicos.
Fonte: alfredo motty
Fórum de Reflexão Económica e Social
Outubro 2007

Marcas de Comércio Internacional - Factor de competitividade no Mercado Global

Num sistema de comércio internacional aberto e liberalizado em que a tendência para a homogeneização dos hábitos e preferências dos consumidores nacionais é uma facto indiscutivel, porque será que os consumidores nacionais de determinados mercados-alvo continuam a reagir de forma diferente, e a saber diferenciar o que é um produto com qualidade, personalidade, longevidade, com a marca X associada ao País de origem Y, ou seja aquilo aquilo que no comércio internacional se denomina " a imagem de marca do pais de origem?"

Esta nova temática, que é bastante estudada mo campo do comércio internacional em que se partiu da análise de casos de países e de empresas de base nacional localizadas na Irlanda, India, Suiça e Holanda é estratégica para uma avaliação da competitividade das empresas portuguesas e a sua ligação com o posicionamento de Portugal num sistema económico globalizado.

Segundo os especialistas do Country of Origin brand image, qualquer empresa de base nacional, quando define uma estratégia de exportação ou quando avança para um programa de marketing internacional deverá ter em conta esta variável.

A diplomacia económica portuguesa - a formação de uma nova geração de international trade promoters

Em outubro de 2003 publiquei um trabalho para o think tank -CIARI - Centro de Investigação e Análise de Relações internacionais sobre uma área muito apaixonante - Diplomacia Económica.
Este trabalho teve origem num estudo que entreguei anteriormente na Academia Diplomática de Malta sobre Diplomacia Económica.

É um tema que está actualizado apesar de o modelo que defendi na altura ser hojecompletamente diferente do que está em vigor. a API não está separada do ICEP mas fundiu-se em AICEP, isto é, promoção das exportações e captação de IDE estão a ser tratadas pela mesma agência. Modelo que eu e o meu amigo Mário de Jesus não concordamos na altura e o expressamos publicamente no jornal de negócios através do artigo " uma fusão anunciada".

Infelizmente em Portugal a diplomacia económica independentemente de fusão ou não fusão necessita ainda de ser mais agressiva se não queremos que Portugal perca a batalha da competitividade global.

Nos mercados estratégicos para as nossas exportações e investimentos os outros players internacionais usam este instrumento diplomático com resultados muitos práticos. Vejamos Espanha e França por exemplo com estratégias de diplomacia económica bem articuladas entre empresas, bancos e institutos de promoção no que diz respeito ao Continente Africano.
Junto segue o meu ponto de vista em 2003.
Uma nota: Para quando a tal academia diplomática que sugeri?
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A globalização das relações internacionais e a integração de Portugal no Espaço Europeu aquando da adesão à ex-CEE em 1986, colocaram novas desafios à máquina diplomática portuguesa que actua no campo da diplomacia económica.

A diplomacia económica passa a ganhar relevância em detrimento das questões tradicionais da agenda diplomática.

O domínio de matérias como acordos comerciais entre a EU e os Estados Unidos, acordos aduaneiros entre a EU e o Mercosul bem como um conhecimento aprofundado de instituições económicas multilaterais como a OMC, UNCTAD e UNIDO passam a justificar o surgimento de um novo tipo de diplomata - o diplomata comercial.

Este novo diplomata com formação base em relações económicas e comerciais internacionais, um domínio aprofundado das matérias do comércio internacional e uma visão global das relações internacionais passa a desempenhar um papel-chave na defesa dos interesses das empresas portuguesas, dos sectores-chave da economia portuguesa e a dar um contributo para a internacionalização das empresas nacionais, e para a promoção das nossas exportações e captação de Investimento Directo Estrangeiro (IDE).

Nesta presente situação, a criação da Agência Portuguesa de Investimento ( API), a reorganização do ICEP e a autonomia da entidade que é responsável pela promoção externa do Turismo , são medidas positivas que vão de encontro a um novo modelo de diplomacia económica que se pretende para Portugal.

Portugal para ser um Estado com forte projecção internacional e capacidade de influência internacional, terá que Ter uma diplomacia económica e comercial pró- activa que esteja atenta às mutações rápidas no sistema económico mundial e que conheça em profundidade os mercados – alvo e emergentes com possibilidades de penetração das nossas empresas e com as melhores condições de atractividade de forma a se tomarem decisões correctas nos processos de
internacionalização das nossas empresas.

Esta nova geração de diplomatas com experiência internacional e abertas a um Portugal globalizado deverão ter uma nova visão das relações internacionais e das novas condicionantes da nossa Política Externa. Para que isso possa vir a acontecer o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Economia deverão criar uma academia diplomática em que se efectuem programas de formação inicial e contínua onde se abordem as seguintes áreas

temáticas:
- Negociação Internacional
-Diplomacia Comercial
-Internacionalização das empresas e das economias
-Promoção das exportações
-Comércio Internacional
-Marketing dos Países
- Investimento Internacional
-Mercados Emergentes
- Línguas
-Análise internacional de sectores/países
- Direito Comercial e Económico Internacional
Para além do que mencionei deverá existir uma maior interligação entre estes organismos e as câmaras de comércio e associações de empresários de forma a desenvolver um esforço coordenado de divulgação internacional da marca Portugal e de modo a aumentar a nossa taxa de notoriedade internacional.

Este novo modelo de diplomacia económica para ser implementado deverá ter em conta uma estratégia nacional acima de interesses partidários e corporativistas e, que corresponda a um projecto de longo prazo que contribua para a melhoria do relacionamento internacional de Portugal, para o aumento da competitividade das nossas empresas, para o prestígio internacional e valorização da marca Portugal nos mercado global em que a competitividade dos Países mede-se cada vez mais pelos seus factores intangíveis como o seu «Brand State», os Recursos Humanos e as empresas nacionais com capacidade e vontade de internacionalização.
Fonte: CIARI
Outubro de 2003
Autor: Alfredo Motty

PME portuguesas e dificuldades de acessos a mercados externos

O tecido empresarial português é constituido maioritariamente por PME de base industrial ou de serviços que continuam a sentir algumas dificuldades no acesso aos mercados internacionais pelas seguintes razões:

- Dificuldades de obtenção de apoios e incentivos a exportação (linhas de crédito bilaterais, incentivos de natureza financeira e comercial)
- Reduzido apoio em termos de politicas públicas de promoção internacional
- Elevado desconhecimento dos mercados emergentes e das oportunidades geradas pela globalização
- Ausência de departamentos e de quadros com skills na área do internacional market research e market intelligence
- Ausência de gestores profissionais nas áreas do comércio internacional com skills linguisticos, capacidade de compreensão e relacionamento internacional
- Dificuldades em termos estratégicos da selecção da melhor forma de entrada nos mercados quer via exportação directa ou indirecta ou presença fisica nos mercados externos.
- Forte individualismo empresarial que dificulta a criação de consórcios de exportação e a adopção de estratégias multi-mercados ou de penetração de produtos/áreas de negócios complementares.
- Enfoque em produtos de baixo valor em detrimento dos produtos de alto valor acrescentado. Apesar de nos últimos anos existam empresas que se posicionaram em nichos de mercado e que estão com elevada notoriedade internacional em determinados mercados.

É necessário que se mude este paradigma de forma a termos PME com capacidade de projecção internacional como são exemplo as PME do Norte de Itália e as PME Irlandesas e Escocesas.

Porquê a Criação de um blog sobre a temática do comércio internacional?

O comércio internacional é uma área apaixonante neste mundo globalizado em que todos nós vivemos.
Desde o grande ao pequeno empresário passando pelo ao cidadão comum dos Países do Hemisfério Norte ou do Sul todos são afectados pelas questões do comércio internacional.

Área de complexa compreensão e de estudo aprofundado em vários Paises como EUA, França, Espanha e Reino Unido está felizmente cada vez mais a ser tema de reflexão e de análise na imprensa escrita portuguesa e nos meios académicos.

É indiscutivelmente considerada actualmente uma área de análise estratégica para as empresas portuguesas que desenvolvem negócios internacionais e que estão em fases de exportação directa ou indirecta ou numa fase final do processo de internacionalização para determinado mercados-alvo.

Espero com este blog que hoje criei dar o meu contributo para uma maior compreensão da problemática dos temas do comércio internacional a todos os empresários e gestores, dirigentes de associações empresariais,académicos , diplomatas e estudantes das áreas do comércio internacional, negócios internacionais, relações internacionais e marketing internacional.